Do Ciclone à Verdade: a Origem da Maga Holística

A verdade é como um vento forte: por mais que tentemos resistir, ela tem o poder de arrancar tudo o que não somos para revelar quem realmente somos.

A Índia sempre me pareceu um portal para o sagrado, um lugar onde a vida e a espiritualidade se entrelaçam de forma quase mágica.

Quando embarquei naquele projeto comunitário, mais um, carregava comigo a esperança de transformar vidas, mas também senti que estava a caminho de uma experiência transformadora, mas nunca imaginei que seria tão profundo e marcante nem que ocorresse como ocorreu.

A Índia sempre me pareceu um lugar de mistérios e um portal para o sagrado. Quando integrei aquele projeto comunitário, senti que estava a caminho de uma experiência transformadora, mas nunca imaginei que seria tão profundo e marcante nem que ocorresse como ocorreu.

Na noite em que o ciclone chegou, algo em mim mudou para sempre. Era um ciclone fora de época, um evento raro que não acontecia há 40 anos, e a sua intensidade era devastadora — nível 4 em 5. Ventos uivavam, árvores caíam, e o caos espalhava-se. No entanto, no meio de toda aquela tempestade, algo em mim permanecia sereno. Curiosamente, não senti medo. Era como se, no meio de tudo, uma voz suave me sussurrasse que eu estava exatamente onde precisava estar, independentemente do que viesse a acontecer. Senti uma calma que parecia vir de um lugar profundo, um lugar que talvez eu nunca tivesse explorado antes.

Ontem eu era esperta, então queria mudar o mundo. Hoje sou sábia, por isso estou a mudar a mim mesma.

Foi então que ouvi, como um sussurro vindo do próprio centro do ciclone, a pergunta que mudaria tudo: “Tu és verdade?”. A pergunta ecoou em mim como um trovão, revelando algo que eu sabia, mas que não queria admitir: eu não vivia a minha verdade. Um aperto tomou conta do meu peito. “Não, eu não sou verdade”, sussurrei de volta, sentindo a vergonha de me confrontar com a realidade de quem eu era. Sentia-me uma impostora, a tentar ser algo que ainda não tinha aprendido a ser.

Deitada no chão, com o peso daquela pergunta a pulsar em mim, pedi com toda a fé e rendição: “Mostra-me como posso ser verdade…”. Naquele momento, firmei um pacto com o universo, prometendo-me aceitar os desafios que viessem e percorrer o caminho que me levasse a viver plenamente, sem máscaras, sem fingimentos. Pela primeira vez, abri o coração e deixei-me ser vulnerável.

E então, como que a reforçar a intensidade daquele momento, o meu corpo respondeu: a minha menstruação desceu. Tal como o ciclone, apanhou-me desprevenida, numa intensidade que nunca esperei. Aquele fluxo, ali no meio de uma tempestade, desarmou-me completamente. Naquele país, tantas vezes visto pelo olhar ocidental como “carente”, fui despojada de todas as conveniências e ilusões que carregava. Sem luxos, sem as facilidades que costumam envolver a minha rotina, ali estava eu, despida de tudo, apenas humana.

Foi nesse momento que percebi que a minha história só teria significado se eu mesma lhe desse sentido. O “folclore” que eu carregava — a narrativa da europeia que vem ajudar — desmoronou-se. Ali, não havia rótulos, não havia heróis. Havia apenas eu, confrontada com a verdade nua e crua: antes de tentar salvar o outro, eu precisava salvar-me a mim mesma.

Às vezes, é preciso enfrentar o ciclone para descobrir que quer a calma quer a verdadeira tempestade vivem dentro de nós.

Durante essa viagem, ouvi pela primeira vez sobre ThetaHealing. Foi como uma semente plantada, uma ideia que não fazia sentido imediato, mas que viria a ser um farol mais tarde. O ThetaHealing trouxe-me respostas que abriram portas para conhecimentos e crenças que até então estavam adormecidos em mim. A Índia, que imaginei ser um destino para doar ao outro, tornou-se um espelho onde me vi pela primeira vez de forma autêntica. Não fui lá para salvar; fui lá para ser salva.

Aquele ciclone, que parecia trazer o fim, foi, na verdade, o início da minha jornada como Maga Holística. Tudo o que aprendi — a espiritualidade, a coragem de olhar para dentro e a força de me despir de todas as camadas — nasceu ali, no meio do caos. Aceitei que, antes de mais nada, precisava ser fiel a mim mesma. Que a vida só faz sentido quando fazemos o esforço consciente de a tornar significativa. E foi dessa verdade que tudo o resto se desenrolou.

No fim, a experiência na Índia não foi apenas uma viagem — foi um renascimento. Um compromisso profundo com a minha essência e uma certeza: independentemente das tempestades que possam surgir, a força para florescer está sempre em mim. Talvez, no fim das contas, não tenha sido eu que criei a Maga Holística, mas sim a Maga que me criou.

E tu? Estás pronta para enfrentar a tempestade e viver a tua verdade?

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